Publicado em: 17/10/2020

Atualizado em: 08/12/2021

O diagnóstico laboratorial para COVID-19 está relacionado ao estágio de infecção em que o paciente se encontra, podendo ser realizado tanto por testes de biologia molecular quanto por sorologia ou testes rápidos.

O teste de RT-PCR consiste na detecção do material genético do vírus em amostra coletada no trato respiratório superior dos pacientes com suspeita da doença. A coleta da amostra é feita utilizando um swab que é inserido nas narinas e na parede da garganta (orofaringe). O vírus SARS-CoV-2 possui RNA como material genético. Para o diagnóstico da COVID-19 por RT-PCR, o RNA viral é extraído da amostra do paciente. Em seguida, o RNA viral é transcrito em DNA e, logo após, é feita uma reação de PCR para detectar o material genético do vírus. O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que a técnica de RT-PCR seja realizada entre o terceiro e o nono dia após o início dos sintomas, pois, nessa fase, é possível encontrar maior carga viral. É recomendável que pacientes sintomáticos com resultado negativo para COVID-19, pela técnica de RT-PCR, repitam o exame. Resultados falsos negativos são possíveis devido à coleta, transporte e armazenamento inadequados da amostra coletada.

Já no teste imunológico, o objetivo é identificar anticorpos contra o SARS-CoV-2 no soro de indivíduos com suspeita da doença. Os antígenos do SARS-CoV-2 mais comumente utilizados para detecção de anticorpos nos testes imunológicos são a proteína N e a Spike (S), ou segmento S1 da proteína S. As principais plataformas dos testes de imunodiagnósticos utilizados para SARS-CoV-2 são Ensaio Imunoenzimático (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay – Elisa), Imunoensaio por Quimioluminescência (Clia) e Imunoensaio por Eletroquimioluminescência (Eclia).

Os testes rápidos para COVID-19 permitem identificar, em poucos minutos, se o indivíduo está infectado ou se já teve contato com o coronavírus, visto que são capazes de detectar partículas do vírus na secreção nasal ou na saliva, ou na presença de anticorpos no sangue. A imunocromatografia é a metodologia utilizada para os dois tipos de testes rápidos disponíveis, o de antígeno e o de anticorpo. O teste rápido de antígeno detecta a proteína do vírus em amostras coletadas de naso/orofaringe, devendo ser realizado na infecção ativa (fase aguda), e o teste rápido de anticorpos detecta IgM e IgG (fase convalescente) em amostras de sangue total, soro ou plasma.

 Não é completamente compreendido o tempo que se leva para que pacientes com COVID-19 desenvolvam anticorpos. Alguns estudos indicam que anticorpos de imunoglobulina da classe A (IgA) e M (IgM) aparecem por volta de sete dias após o início dos sintomas, seguido pelo aumento de imunoglobulina da classe G (IgG). No entanto, esse tempo pode variar de acordo com as características do próprio paciente, a carga viral e o método de detecção dos anticorpos. Estudos recentes indicam que indivíduos assintomáticos desenvolvem uma resposta imune mais fraca ao SARS-CoV-2 em comparação com pacientes sintomáticos. Além disso, ainda não se tem uma ideia clara da duração da resposta imune e do período em que os níveis de anticorpos anti-SARS-CoV-2 se mantêm elevados na circulação após a resolução da infecção. Por estes motivos, o método de diagnóstico por RT-PCR é considerado mais acurado para detecção da infecção ativa.

Escrito por:

Bianca de Oliveira
Instituição:
 Laboratório CTVacinas -UFMG/FioCruz
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6743833984348604

Gabriela Burle
Instituição: Centro de Pesquisas René Rachou – Fundação Oswaldo Cruz.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1182460329644567

Isabella Hirako
Instituição: Centro de Pesquisas René Rachou – Fundação Oswaldo Cruz
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1184115154881325

Nathália Pereira da Silva Leite
Instituição: Plataforma Bi Institucional de Pesquisa em Medicina Translacional FMRP – USP/Fiocruz
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6840130888802686