Pesquisa identifica que pré-diabetes pode aumentar o risco de COVID-19 grave

Em um estudo publicado na revista Frontiers in Endocrinology, pesquisadores da Fiocruz-Bahia identificaram que pacientes com pré-diabetes mellitus têm mais chances de desenvolver a forma mais grave da COVID-19.

O estudo, liderado pelas cientistas Natália Machado e Viviane Boaventura, comparou os biomarcadores sanguíneos de pacientes com pré-diabetes e pacientes sem pré-diabetes durante a fase mais grave da infecção por COVID-19 e três meses após a hospitalização.

Os pesquisadores identificaram que pacientes pré-diabéticos necessitaram de maior tempo de hospitalização, com uma média de 15 dias comparada a média de 8 dias dos pacientes sem pré-diabetes. Indivíduos pré-diabéticos que demandaram cuidados intensivos chegaram a 78% dos casos, em comparação com 56% dos pacientes sem pré-diabetes que necessitaram dos mesmos cuidados. Além disso, os pré-diabéticos também apresentaram maior grau de lesão pulmonar.

Foi encontrada uma relação entre esses casos mais graves e os níveis de interleucina-6 (IL-6). Esse fator, associado com a redução da oxigenação no sangue, encontrava-se elevado em 63% dos quadros de pré-diabetes, mas não haviam grandes alterações em outros biomarcadores, como o TNF – Alfa e o Leucotrieno B4. Este resultado indica que altos níveis de IL-6 podem ser um fator relevante para o agravamento da COVID-19.

Mais informações no site da Fiocruz: clique aqui.

> O artigo pode ser lido em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fendo.2022.896378/full 

Autores: Ícaro Bonyek-Silva, Thiago Cerqueira-Silva, Sara Nunes, Antônio Fernando Araújo Machado, Márcio Rivison Silva Cruz, Blenda Pereira, Leilane Estrela, Jéssica Silva, Ananda Ísis, Aldina Barral, Pablo Rafael Silveira Oliveira, Ricardo Khouri, C. Henrique Serezani, Cláudia Brodskyn, Juliana Ribeiro Caldas, Manoel Barral-Netto, Viviane Boaventura e Natália Machado Tavares.

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